domingo, 3 de novembro de 2013

Mergulho com Tubarões, um dos meus mergulhos top 3

Caros amigos,

O post de hoje é dedicado a sem dúvida um dos 3 melhores mergulhos que fiz na vida. Sim, eu encarei o Shark Dive em St Maarten, ilha do Caribe. Se você ainda não leu o meu post anterior sobre a ilha está perdendo, mas não seja por isso, pause um pouco esta leitura, clique aqui e divirta-se.

Elegi este mergulho como um dos meus melhores por diversos motivos: minha preparação psicológica, os episódios de stress que sofri antes me prepararam para esta aventura, a minha condução durante toda imersão, o local, minhas leituras anteriores etc etc.

Bem, vou começar a justificar cada um dos motivos que me prepararam para esta aventura inesquecível:

- A começar que li o livro do Lawrence Wahba, Dez Anos em Busca dos Grandes Tubarões (veja meu post sobre ele), que adquiri pela Estante Virtual. O livro traz uma série de relatos dos encontros do Lawrence com as mais variadas espécies, e me deu várias dicas sobre como eu deveria me comportar debaixo d'água.

- Minha preparação psicológica foi um fator fundamental, pois eu não fiquei na adrenalina pensando o tempo todo sobre o que eu veria. Procurei durante todo o dia, todo o trajeto de barco até o parque marinho em Fish Bowl.

- Ter passado pelo episódio com o Victory 8B um mês antes desta aventura, na véspera da minha viagem para a ilha, ter feito uma aula na Represa de Paraibuna, certamente ajudaram e me deram mais segurança.

- O local para o mergulho é espetacular. Você descer e ter uma visibilidade de 30 a 40 metros é sensacional. Você consegue se antecipar mais facilmente a algum imprevisto, consegue ficar mais tranquilo com aquela beleza de azul.

Este foi o meu mergulho de número 50 no LogBook, então, nada como um mergulho destes para marcar este número. A temperatura na superfície era de 30 graus, mas na água pegamos 27 graus e uma visibilidade de 30 metros.

Desta vez, como precisaria ficar mais preso ao fundo, usei um cinto de lastro de 8kg, lembrando que no megulho inicial usei apenas 3kg, pois estava usando apenas uma bermuda de neoprene e uma camiseta. Meu cilindo começou com pressão de 207 bar e terminou em 59. Forma 38 minutos de puro êxtase, a uma profundidade de 17 metros. Fizemos antes deste mergulho um intervalo de superfície de 1 hora e 03 minutos.

O mar continuava mexido até os 05 metros, o que nos forçou a cair na água da mesma forma como no mergulho anterior, descendo rapidamente. Desta vez eu desci com a GoPro e com a câmera Sony, ao chegar lá embaixo fixei a GoPro na testa, mas mal comecei a descer e avistar os primeiros tubarões Caribenhos-de-Recife eu rapidamente preparei a câmera. Antes de cair na água recebemos as instruções do Dive Master, que recomendou não colocarmos as mãos nos animais, não sairmos da posição de observação e não ficar mexendo as mãos muito para não confundi-los com qualquer espécie de peixe, mas que poderíamos fazer fotos normalmente.

Ao descer, fomos usando uma técnica que utilizo muito na represa, em que você vai se movimentando com as pontas dos dedos, como se fosse o homem-aranha quando sobre nos prédios. Chegando no ponto de observação, você fica segurando blocos que formam um círculo, e o Jeferson com uma caixa com iscas de peixes fica no centro. Tudo é muito bem planejada e feito com cuidado, o Jef utiliza aquelas roupas de metal que estamos acostumados a ver pela tv em documentários, para não ocorrer nenhum acidente.

Depois de nos posicionarmos inicia-se o show. O Jeferson fixava as iscas, em geral rabos de peixes num espeto, que era entregue na boca dos tubarões lateralmente, e ele inclusive arrastava-os a nossa frente para ficar próximos ao bicho. Eles passavam cerca de 01 metro a sua frente. Um deles chegou a bater com a cauda em minha câmera.

Durante todo o show do Jeferson mantive a minha respiração muito tranquila. Claro, em alguns poucos momentos passa pela sua cabeça alguma hipótese do que eles pudessem fazer, quando por exemplo avistei um a 30 metros de distância que se alinhou como se estivesse numa pista de decolagem de um aeroporto e veio em minha direção. Chegando próximo a um metro e meio de distância ele virou para a direita, era incrível isso. Ou muitas vezes você ficava um pouco tenso quando passavam por trás de você ou pela lateral, tanto que eu estava ao lado de uma senhorinha de uns 60 anos, que bateu com sua nadadeira na batata de minha perna. Neste momento olhei para trás, não vi nada de sangue, então saquei que era ela quem havia esbarrado em mim.

Ao retornarmos ao barco seguramos na corda que balançava muito e era bem engraçado você olhar para baixo e um tubarão meio que te olhava a distância como que dizendo para você ficar mais um pouquinho. 

Bem, tenho que agradecer muito a equipe da Ocean Explorers por me proporcionar este mergulho incrível, que está registrado na minha memória e em fotos para toda a minha vida. Um dia poderei mostrar aos meus filhos esta aventura.

Logo depois de toda esta experiência no Caribe, a minha primeira providência ao voltar ao Brasil foi procurar um curso de foto sub, pois você volta com aquele desejo de ir com uma bela câmera e fazer fotos incríveis naquele azul lindo. Mas isso é tema de outro post.

E antes de terminar, quero dizer para vocês que deste dia em diante sou um grande apoiador das causas marinhas. Antes de minha viagem havia visto a Raquel Rossa, no programa Altas Horas da tv Globo,  falando sobre a sua paixão pelos Tubarões, me despertando para pesquisar um pouco sobre eles. Hoje organizações como a Sea Shepherd e a Divers for Sharks, possuem meu mais profundo respeito pelo importante trabalho de denunciar e conscientizar a todos os seres humanos.

Espero que tenham gostado deste relato.

Até a próxima!!!






 


Vídeo editado

Versão sem cortes

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