domingo, 22 de julho de 2012

Não pára, não pára, não pára: Pós-curso - praticando e se divertindo - parte 2

Meus amigos, este post descreverá mais alguns dos meus aprendizados e aventuras pós-curso. Desta vez eu relato os meus mergulhos de número 07 e 08, realizados em abril, durante o feriadão de Páscoa. Eu sempre procuro aproveitar os feriados para em um dos dias fazer uma saída.

Um aprendizado que eu quero dividir com vocês é sobre a importância do registro de cada um dos seus mergulhos no LogBook. Este é um diário onde você deverá descrever sempre com riqueza de detalhes cada uma das suas aventuras. A medida em que você cria o hábito cada vez mais e mais consegue relatar, aperfeiçoar e refletir sobre suas descidas. Em breve escreverei um blog específico sobre este tópico, por hora, eu gostaria de dividir um pouco sobre ele com vocês, para não deixar passar em branco e correr o risco de me esquecer, e principalmente porque em relação ao post anterior vocês verão uma riqueza maior de detalhes.

Os mergulhos ocorreram no dia 06 de abril de 2012, e com o apoio do Cesar Gentille da Cesar Dive Team, conheci uma nova operadora, a Universo Marinho (http://www.universomarinho.com.br) do Andreoli, cara muito gente boa, pois desta vez o destino foi diferente dos anteriores.

A estrutura oferecida pelo Andreoli em São Francisco da Praia, São Sebastião, local de onde partimos, é impressionante, pois ele conseguiu agrupar no local uma escola de mergulho, uma pousada para hospedagens e ponto para saída da embarcação.

Esta foi mais uma experiência interessante de saída para mergulho, pois além de um novo ambiente, eu estava diante de uma turma em saída de mergulho também desconhecida, bem como, desprovido da presença do meu instrutor ou outro colega da Cesar Dive.

Partimos rumo a Ilha Bela, nosso destino foi a Ilha dos Búzios (http://www.brasilmergulho.com/port/points/sp/buzios.shtml), o tempo com muito sol mas bem agradável prometia uma bela aventura.

Ao chegarmos na Ilha recebemos as devidas instruções, fomos nos equipar e o Dive Master passou as informações sobre a temperatura da água que estava em 23 graus e a visibilidade de 10 metros. Eis uma nova experiência. Com a Universo Marinho cada mergulhador monta o seu próprio equipamento, coisa que não houve com os meus mergulhos anteriores pela NDS. Na minha opinião foi muito bom viver esta situação, pois você começa a ficar mal acostumado, esperando que alguém monte para você e seu trabalho seja apenas cair na água.

Definidos os duplas caimos na água, iniciando meu ar com 200 bar e finalizando com 30 bar, aqui mais um aprendizado e vocês logo entenderão. O mergulho durou 50 minutos.

Trabalhando em dupla o grupo todo permaneceu junto e isso para mim foi muito desconfortável, pois ficávamos muito colados uns nos outros causando batidas, nadadeiras esbarrando em algum colega, cilindro batendo e etc. Além disso, durante o trajeto, ou mesmo quando foram definidas as duplas eu pouco conversei com meu parceiro, logo, não havia entrosamento algum e as dificuldades de comunicação fizeram com que eu chegasse com o meu cilindro 30 bar, pois quando eu estava em cerca de 80 bar já o avisava para retornar e ele não entendia ou demorou para se ligar de nosso retorno. Mesmo trabalhando em grupo em muitos momentos nós nos distanciavamos do grupo.

A falta de condicionamento físico também influenciou muito, pois até então não vinha frequentando a academia constantemente, logo meu consumo de ar foi rápido, além disso, ter ficado um intervalo de tempo sem mergulhar me causou uma certa fobia e levei tempo para me acalmar e dominar a respiração.

Não vimos tanta diversidade de espécies como eu vi na Ilha Vitória, mas uma curiosidade interessante deste ponto foi o de visitarmos uma área com pedras que se parecessem estátuas, porém, entre tantas situações de stress eu só me dei conta na última, quando vimos uma pedra em forma do Cristo Redentor.

Esta foi a primeira vez que mergulhei com meus próprios equipamentos (roupa, nadadeira, máscara) e me senti muito seguro com eles. A roupa protejeu bem, não senti frio algum. O único problema que enfrentei com os equipamentos foi o cinto de lastro (12kg) que não estava bem preso, ele se movimentou muito, em um dado momento os pesos estavam na parte da frente do corpo.

Ao regressarmos para a embarcação enfrentamos uma reversão climática, o vento começou a ficar muito forte, fazendo com que o nosso 2o mergulho fosse realizado em outro ponto. E lá fomos nós.

O 2o mergulho ocorreu no Costão do Quebra-Côco, em Ilha Bela, onde encontramos a água com 23 graus de temperatura e visibilidade de 09 metros. O tempo foi de 50 minutos. A pressão inicial do cilindro era 200 bar e final de 50 bar.

Neste mergulho me concentrei em equilibrar melhor a respiração, o que fez com que o meu tempo de mergulho fosse um pouco maior.

Não consegui equilibrar muito bem a minha flutuabilidade, novamente a dificuldade de percorrer o percurso em grupo atrapalhou muito.

Sobre as espécies desta vez chegamos a ver um polvo, e o Dive Master viu uma tartaruga e uma raia.

Ao chegar aos 50 bar informei ao meu dupla e ao Dive Master que me deu um sinal, mas não entendi bem, pois ele me pediu para ficar próximo a ele, mas acabei subindo e seguindo quase já em superfície, administrando assim melhor o meu ar e chegar tranquilamente.

Ao final percebi que a minha falta de preparo físico e de um longo tempo de ausência do mergulho atrapalharam bastante o controle da minha respiração e desempenho geral. Então, deixo aqui dois conselhos aos amigos que queiram entrar neste universo. O primeiro: logo depois de tirar a sua certificação continue mergulhando periódicamente, não volte depois de longos períodos, quando você chegar a pelo menos 20 mergulhos aí sim estará muito mais seguro para ficar num intervalo maior para cair na água. O segundo: cuide de seu preparo físico. Seja caminhar em uma esteira, correr na rua, e fazer alguns exercícios como alongamentos e puxar alguns pesos para fortalecer a musculatura. Deste dia em diante eu passei a direcionar meus programas na academia para me preparar melhor para os mergulhos e não me arrependi.

É isso meus amigos, espero que tenham gostado de mais este relato.

Até a próxima!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Não pára, não pára, não pára: Pós-curso - praticando e se divertindo - parte 1

Uma vez descoberto o universo do mergulho, é impossível você não estar apaixonado e com vontade de mergulhar mais e mais. Por isso, é muito comum logo depois de fazer o check-out, em geral na semana seguinte, os mergulhadores formados sairem para o mar se divertir.

Não muito diferente disso, na primeira oportunidade que tive saí para mergulhar. Aproveitando justamente o feriadão do Carnaval de 2012 que coincidiu com o primeiro final de semana pós eu ter feito o meu batismo.

O destino foi novamente a Ilha Vitória, em Ilha Bela, com a NDS (http://www.nds-mergulho.com.br) partindo do Saco da Ribeira em Ubatuba, logo, fiz o mesmo itinerário do meu check-out, mas desta vez sem qualquer preocupação em fazer os exercícios para ser aprovado no curso, e sim para curtir 02 mergulhos recreativos.

Novamente não consegui descer com uma máquina fotográfica nestes mergulhos, acho até bom que não tenha dado certo ainda fotografar as maravilhas do mundo submarino, assim eu consegui me concentrar em fazer todos os procedimentos de modo correto, e a medida em que eu estiver mais seguro poderei descer e então registrar as belas visões.

Em ambos os mergulhos utilizei um lastro de 12kg, o cilindo com pressão inicial em 200 bar e final em 50 bar, porém, a profundidade máxima que atingi foi de 13mts em virtude das condições da água, pois durante os meses de janeiro, fevereiro e março, o litoral norte de SP enfrentou um efeito de águas muito frias na profundidade,  estávamos com cerca de 13 graus, visibilidade de 5 mts, e acima de 10 mts as águas ficavam mais quentes. Porém, este fator fez com que cada mergulho durasse cerca de 1 hora.

Foi a primeira vez então que mergulhei com um dupla desconhecido e não com o instrutor. Meu dupla possuia cerca de 20 mergulhos e eu partindo para o 5o e 6o.

No primeiro mergulho demoramos muito tempo procurando bons pontos de visibilidade, das as condições de temperatura da água. Quando atingimos os 13 mts minhas mãos chegaram a ficar roxas e quando retornei para uma faixa de água quente, nos 10 metros elas voltaram ao normal rapidamente. Minha compensação foi muito boa, flutuabilidade também, e consegui controlar a respiração normalmente, parecia que eu já estava muito acostumado com o ambiente.

Já no 2o mergulho como estávamos sem bússola, eu nem mesmo saberia usar uma ainda, chegamos a submergir para verificar a qual distância estávamos do barco. Mas fomos agraciados logo ao descermos para este segundo mergulho pela visita de uma tartaruga muito próxima de nós, o que fez com que eu tivesse uma história bem legal para contar para a minha esposa quando voltei para a casa, já que ela adora tartarugas. Em alguns momentos eu acelerei em excesso as pernadas para voltarmos ao barco e terminar com 50 bar no cilindro, o que fez com que eu perdesse a visibilidade do meu dupla, que estava muito mais tranquilo do que eu.

Nos dois mergulhos pudemos observar uma grande diversidade de espécies de peixes nos corais, nadamos entre cardumes e tudo mais.

Mas, como eu não estava com um bom preparo físico sofri no dia seguinte com dores pelo corpo, por causa do peso do equipamentos, portanto meus amigos, é bom ao sair para mergulhar também estar com as atividades físicas em dia, correr na esteira para melhor as condições cardio-respiratórias e musculação ou qualquer outra atividade que exercite a musculatura.

De uma coisa eu posso falar para vocês, mesmo com todas as dificuldades do nosso dia-a-dia, guarde pelo menos 02 vezes ao ano, 01 por semestre para você mergulhar. Manter o contato é muito importante para se sentir seguro, e continuar praticando este fantástico esporte.

Espero que este relato ajude muito alguns de vocês a observarem fatos e dados para as suas divertidas saídas. No próximo post eu vou relatar os meus mergulhos de número 07 e 08, pois foram realizados em outros pontos do litoral norte de São Paulo.

Até a próxima!

domingo, 15 de julho de 2012

Minha resenha sobre o filme Imensidão Azul

Se você gosta de brincar com snorkel, não tem atração pelo mergulho carregado de equipamentos, e quer testar a sua habilidade de resistência em longas profundidades somente com ar nos pulmões, ou seja, mergulhar no universo do mergulho em apinéia, eis um bom filme para você se encantar.

Sob a direção e roteiro de Luc Besson (http://pt.wikipedia.org/wiki/Luc_Besson e http://www.luc-besson.com/), atuação de Rosana Arquette (Johana Baker), Jean-Marc Barr (Jacques Mayol), Jean Reno (Enzo Molinari), Paul Shenar (Dr. Laurence), Sergio Castellitto (Novelli), Marc Duret (Tio Louis), Marc Duret (Roberto) e Griffin Dunne (Duffy), produzido em 1988, Imensidão Azul (Le Grand Bleu) retrata a disputa entre o italiano Enzo e o francês Mayol para ver quem é o melhor mergulhador em apinéia do mundo.

A disputa entre os dois mergulhadores tem início na infância, quando viviam na Grécia. Enzo Molinari, o mais velho e mais alto entre todas as crianças, conquista o respeito dos demais graças as sua habilidades de mergulho, e também pelo medo que colocava entre todos. Jacques Mayol, também um mergulhador muito habilidoso, porém, não demonstrava a sua habilidade para todos, graças ao medo de Enzo, este que sabia de todo o potencial de Mayol.

Ao longo do filme, os dois mergulhadores exibem uma relação de muita amizade, após se reencontrarem por causa do Campeonato Mundial de Mergulho Livre, e deixam o campo da disputa apenas para o mar.

Johana Baker, conhece Mayol numa atividade de mergulho no Peru e vai atrás dele por todos os cantos onde ocorrem as disputas para se tornar o maior mergulhador do mundo. Este romance segue seus altos e baixos, dado o fato de que Jacques, extremamente retraído, não sabia como lidar com as mulheres.

Bem, agora falando um pouco sobre alguns aspectos técnicos do mergulho, senão estrago a surpresa sobre a história narrada no filme. Ao ver as imagens de como as pessoas mergulhavam em 1988 são muito interessantes ao compararmos com os dias de hoje. Os melhores equipamentos da época, hoje ao ver, nos dão uma sensação de muita insegurança, este um ponto para refletirmos, sobre as tecnologias. Sempre ao olharmos tecnologias passadas, as achamos muitas vezes bizarras, porém, eram o que havia de melhor em sua época, então, com absoluta certeza, daqui há anos quando eu observar os meus primeiros equipamentos, pensarei em como foi possível eu mergulhar comparando-os aos do momento futuro.

Ainda não sou um mergulhador experiente, mas pelo pouco que tenho aprendido conversando com instrutores, outros colegas mergulhadores, pelas leituras de livros, apostilas e sites na internet, o filme pra variar dá umas senhoras viajadas. Como por exemplo, Jacques Mayol chega a atingir a profundidade de 120 metros. Ao observarmos o desempenho de nossa melhor mergulhadora em apinéia, Karol Meyer (http://www.karolmeyer.com/), que chegou a atingir em 2010 a imprensionante marca de 153 mts na modalidade com o uso de nadadeiras e 113 mts sem, parece ser uma grande viagem a marca obtida por Mayol, bem como os métodos usados pelos mergulhadores. Além disso, Jacques também demonstra uma intimidade enorme com os golfinhos e chegar a ficar ao longo de uma madrugada brincando com um deles e pela manhã enfrentou sua disputa com Enzo. Aliás, entre um dia e outro de disputa ambos chegaram a se embebedar, pouco descansar, o que nos dá indícios de que estes mergulhos são extremamente arriscados de serem feitos.

Enfim, a mensagem que eu mais gostaria de deixar para os amigos que têm acompanhado este blog, é de que independentemente de estarem cursando módulos avançados ou não de cursos de mergulho, encontrar caminhos para estar atualizado, ser um autodidata ajuda muito para que você aprimore suas técnicas e possa curtir cada vez mais todos os seus mergulhos.

Veja alguns links de sites que encontrei na web sobre este filme:

http://www.cineplayers.com/filme.php?id=3334

http://resenhafilme.blogspot.com.br/2010/10/imensidao-azul.html

Um vídeo no Youtube:



É isso aí meus amigos, espero que tenham gostado deste post.

Até a próxima!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Sobre a biografia do Jacques Cousteau

Meus amigos, este é um post-homenagem a uma das pessoas mais importantes no universo marinho. Sim, Jacques-Yves Cousteau.

Ontem, terminei de ler a biografia de Cousteau escrita por Brad Matsen, intitulada O Rei dos Mares, lançada no Brasil pela Cultura Sub.

O livro descreve trechos da vida deste fantástico francês, responsável não pela descoberta em si, mas pelo desenvolvimento de equipamentos de mergulho Scuba, pelas primeiras descidas em grandes profundidades, por desenvolver N equipamentos, embarcações, máquinas fotográficas e vídeo.

Diversos trechos de suas criações e descobertas como do Acqualung, roupas e máscaras etc, são encantadoras, pois, hoje ao mergulharmos não nos damos conta de como seria praticar este belo esporte com equipamentos precários, colocando a vida em risco em enormes proporções. Ao imaginar-se nestas situações faz com que você reflita sobre o seu dia-a-dia como mergulhador, elevando o seu nível de consciência e de auto-conhecimento com os seus próprios limites.

A vida de JYC como cineasta foi muito instigante, não só pela criação de equipamentos para fotografar e filmar em diversos níveis de profundidade, múltiplos ambientes, trouxe uma contribuição para humanidade de dimensões inimagináveis. Primeiro, porque Cousteau foi um grande mago ao mostrar imagens sobre a ação dos homens e alertá-los para os perigos que nós mesmos causamos ao planeta, a consciência de interdependência entre todos os seres vivos e seus ambientes. E para isso mobilizou muitos recursos para desbravar mares e rios por muitos rincões da Terra, inclusive pela memorável expedição pelo Rio Amazonas.

Se para alertar os seres humanos, desenvolver equipamentos e métodos, Cousteau precisou "vender sua alma ao diabo" como dizem os muitos xiitas de plantão, ao buscar dinheiro para suas expedições com empresas petrolíferas, até mesmo cervejaria, eu não estou interessado em discutir esta postura, o fato é, que graças ao espírito empreendedor de JYC, as pessoas foram alertadas para olhar o meio ambiente com outros olhos.

Seus documentários exibidos nas telonas de cinemas, nas telinhas das tvs e agora nas telinhas de computadores, tablets e celulares através do Youtube, ensinaram e ainda ensinam crianças por todos os cantos do mundo, coisa que livros e quadros negros em escolas não conseguem nos dias de hoje.

Outro ponto que o livro nos faz refletir é quanto a preservação de patrimônios históricos como a disputa em torno do fiel companheiro de Cousteau, seu barco Calypso. Esta disputa ocorre entre seu filho do 1o casamento, Jean-Michel e a 2a esposa. Um patrimônio que pode se perder corroído pela ferrugem, pela falta de manutenção ao longo dos tempos. Vale conferir um pouco sobre o processo de restauro da gloriosa embarcação neste link que encontrei na web: http://www.flashbackscuba.com/museum/Calypso_Restoration/Calypso_Restoration.html . Porém, senti falta no livro de conhecer a história de uma outra embarcação criada por Jacques Rougerie que trabalhou com ele, o Aquaspace (http://www.aquaspacebonaire.nl/en/),  em Bonaire (http://pt.wikipedia.org/wiki/Bonaire), no qual eu tive o enorme privilégio de estar em um passeio no final do ano de 2011. Aliás se eu tivesse lido este livro antes desta viagem ficaria mais encantado ainda e emocionado por estar nesta embarcação.

Jacques-Yves Cousteau está no rol dos grandes inovadores da humanidade. Seguia seus instintos e alguns momentos ouvia seus companheiros em expedições, porém, como todo inovador, com um perfil muitas vezes incompreensível. E para variar, as relações humanas cheias de altos e baixos, como entre ele e seus filhos, inclusive com a perda de seu mais velho, Phillipe.

Enfim meus amigos, se você quer conhecer um pouco mais sobre a história do mergulho moderno, esta biografia é indispensável, o mesmo vale para quem quer conhecer um pouco mais sobre os movimentos ambientalistas e sustentabilidade.


Agora, minha nova leitura é o livro O Último Mergulho, mas isso é assunto para outro post.

Até a próxima!!!


Jacques-Yves Cousteau e uma de suas criações, o 2o estágio


Aquaspace, em Bonaire


Vista interna no Aquaspace


Dentro do Aquaspace observando a biodiversidade marinha


Preciso falar mais alguma coisa?

terça-feira, 10 de julho de 2012

Sobre o meu Open Water Dive - parte 3

Caros amigos, chegando ao meu último post sobre a minha trajetória com o curso do Open Water Dive, vamos falar do check-out, ou popularmente conhecido como batismo.

As horas que antecedem a saída para o seu primeiro mergulho em mar são repleta de expectativas, frio na barriga e outras sensações de espera por algo que você tanto deseja.

Nossa saída de barco foi no Saco da Ribeira, em Ubatuba (http://www.litoralvirtual.com.br/ubatuba/sacoribe.htm) e todo o passeio foi operado pela NDS, dirigida pelo Alexandre Baccaro Monteiro (http://www.nds-mergulho.com.br/?pg=home). Com a Lancha Tethys saímos por volta das 09h com destino a Ilha Vitória (http://www.brasilmergulho.com/port/points/sp/vitoria.shtml), localizada a 22km a leste da Ponta Grossa, município de Ilhabela. A 40km da enseada de Ubatuba e a 29km da enseada de nosso ponto de partida.

O dia estava nublado, pois naquele fim-de-semana o litoral norte de SP sofria com a garoa. Mas o trajeto foi muito prazeroso, regado a boas conversas com outros mergulhadores que foram se divertir. Conheci no dia anterior lá na Represa de Paraibuna, o José Correia e o Edimar Barbosa, que estão realizando os treinamentos com o Cesar Gentille para se tornarem instrutores e o João Rodrigues Neto. Aliás o Edimar me deu uma excelente dica de app para Iphone de um GPS que aponta coordenadas de navegação, profundidades nas águas, chamado Navionics - Caribe & Latin America, que custa U$ 14,99.

Um ponto muitíssimo positivo que eu tenho com qualquer passeio de barco é nunca passar mal, logo, curto sempre e muito os meus passeios, admirando toda a vista. Nas aulas teóricas o Cesar deu uma dica para quem sempre enfrenta algum tipo de problema em embarcações para tomar o Dramin cor de rosa (50mg) na noite anterior e outro no dia seguinte logo pela manhã, então #ficaadica.

Durante grande parte do trajeto, eu lembrei-me muito de meu pai Odair. Por diversas vezes os olhos lacrimejaram, pois eu me lembrava muito do quanto ele estaria feliz em ser meu parceiro nesta empreitada, de como seriam as reações dele ao ver tudo aquilo o que me esperava lá debaixo d'água. Por isso, estes primeiros mergulhos foram totalmente dedicados à ele.

Ao chegarmos no ponto da Ilha Vitória, veio o procedimento para a montagem de roupa, cinto de lastro, usei 12kg, colocar colete com o cilindro, que já havia sido preparado pela equipe da NDS, nadadeiras e máscara. Antes de se equipar eis que veio uma ótima informação dada pelo Cesar Gentille "aproveite o mergulho só para curtir os peixes, hoje não faremos nenhum procedimento", ufa, isso me deixou muito aliviado, pois ao longo do trajeto eu imaginava como seria, planejando mentalmente como executar os procedimentos aprendidos em piscina. Após se equipar foi o momento de cair na água, dando um passo largo, segurando o regulador e máscara com uma das mãos e com a outra pressionar um ponto de ignição do colete.

Infelizmente, a minha câmera fotográfica estava com a bateria descarregada e eu só me dei conta no barco, então infelizmente não tenho fotos para compartilhar com vocês amigos leitores, esta imagem está gravada apenas em minha cabeça.

Foram ótimos os 2 mergulhos que realizamos, a visibilidade estava muito boa, cerca de 16mts. Vimos uma grande diversidade de espécies de peixes, infelizmente eu ainda não as estudei, portanto não poderei descrevê-los. O procedimento de compensação foi realizado diversas vezes para não causar problema nenhum com a pressão da água sobre os ouvidos. Desalaguei a máscara por diversas vezes, pois não encontrei o ponto certo de uso dela.

Um fato muito bom que ocorreu comigo, apesar de para muitos ser horrível, foi ter colocado meu aprendizado em piscina em prática, sem querer. Ao vestir o colete para o 2o mergulho, a alça do lado direito não foi colocada, mas meu braço estava preso aos cabos dos dois estágios do regulador, e eu nem me dei conta disso. Lá embaixo, eu sentia um grande incomodo no braço, quando sinalizei ao Cesar para pararmos, eu retirei o colete e o recoloquei. Como eu disse, que bom que isso ocorreu, pois eu não me apavorei e executei calmamente o procedimento.

O uso das minhas nadadeiras de snorkeling compradas no kit Decathlon da Tribord, foram muito ruins, senti muito a falta de instabilidade em diversos momentos para equilibrar o corpo horizontalmente, e após o mergulho senti dores nas pernas por ter forçado bastante as pernadas.

A minha flutuabilidade e controle do colete foi ótima, consegui acompanhar ao instrutor muito tranquilamente.

Em todos os trajetos me mantive tranquilo, a respiração muito controlada, apenas em um trecho pelo qual passamos por uma fenda entre duas pedras e que possuia uma grande âncora enferrujada travada entre elas, me deixou com um certo receio de passar por baixo dela sem que esbarrasse o cilindro. Ao me apoiar nas pedras para desviar da âncora, acabei cortando o dedo indicador esquerdo em um coral, mas que só fui sentir um leve incômodo um bom tempo depois.

No primeiro mergulho chegamos a uma profundidade de 20 metros e no segundo a 17 mts.

Novamente durante o mergulho, muitas lembranças de meu pai vieram a minha cabeça, ao olhar cada espécie de peixes eu logo recordava o quanto ele ficaria encantando com cada um deles.

E assim foi o meu 1o mergulho em mar, mas antes de me despedir, quero relatar um ponto extremamente importante que acabei de esquecendo de escrever nos posts anteriores. É sobre as Provas. Sim, provas! Ao concluir o curso teórico e o prático em piscina, realizei a prova de conhecimentos teóricos. Ela é toda em formato de testes, e acabei não aprovado nesta primeira vez. Porém, depois de realizar o check-out refiz a prova e fui aprovado, pois as referências eram muito mais fáceis de se lembrar. Por isso, se ao escolher a escola, método do seu curso, veja se você pode realizar o teste após o batismo. Com certeza ficará mais fácil de responder.

É isso aí meus amigos, em breve, novos textos sobre as minhas aventuras no cursos do Advanced, e de Naufrágio, além dos mergulhos livres que fiz, dicas e reflexões sobre o universo do mergulho. Espero que tenham gostado deste compartilhamento de aprendizados.

Até a próxima!

Ponto de mergulho na Ilha Vitória - Ilhabela


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Sobre o meu Open Water Dive - parte 2

Caros amigos leitores, seguindo o meu post anterior, continuarei a escrever sobre o meu curso do Open Water Dive. Desta vez para falar sobre a parte prática em águas abertas.

Como falei em outros posts, uma das coisas que achei mais interessantes nas aulas com o Cesar Gentille foi o fato de poder praticar em outro ambiente, o de represa. Os dois primeiros mergulhos em águas abertas ocorreram em 11 de fevereiro de 2012, na represa de Paraibuna, interior de São Paulo, que pode ser acessada pela Rodovia dos Tamoios. Um lugar fantástico, com uma história muito interessante, como a da cidade velha que está completamente em baixo d'água, vale a pena dar uma olhada na wikipedia um pouco sobre o lugar http://pt.wikipedia.org/wiki/Represa_de_Paraibuna 

Infelizmente, eu não registrei muitas coisas em meu LogBook. Primeiro porque eu não sabia que deveria registrar as informações destes mergulhos nele, para mim era somente um ambiente de exercícios, segundo porque no módulo teórico não falamos sobre como se deve preenchê-lo e eu acabei não perguntando ao meu instrutor.

Do pouco que consegui registrar foi termos descido a 09 metros, e meu primeiro cilindro estava com pressão inicial em 200 bar e final em 50. Usei um cinto de lastro de 12kg, além dos equipamentos cedidos pelo Cesar, inclusos no curso como roupa de neoprene, colete e regulador. Utilizei apenas a máscara que eu recém havia adquirido da marca Mares e um par de nadadeiras que eu comprei no kit básico vendido pela Decathlon, e que deveriam ser usadas em piscinas, ou praticando snorkeling do que para mergulho, mas em um próximo post eu escreverei sobre o meu setup de equipamentos e aí falaremos sobre as escolhas mais adequadas.

A temperatura da água estava muito agradável, porém a visibilidade em represa é muito ruim, dada a grande concentração de sedimentos na margem. Em Paraibuna, a sua mão chega a afundar por 40 cm numa camada de lodo na margem.

Lá embaixo fizemos alguns procedimentos aprendidos na piscina, como desalagamento da máscara, purgar o 1o estágio, soltá-lo e depois recuperá-lo, usar o 2o estágio do dupla, e a subida expirando ar pela boca e controlando a saída de ar.

Aqui sim comecei a viver o ambiente do mergulho, e principalmente, conheci outros aficcionados por este esporte tão empolgante e nas conversas aprendi ainda mais, muitos deles me deram macetes, pude observá-los bastante.

Se há boa dica que eu posso lhes dar neste post é: nunca se esqueça de registrar seus mergulhos em seu LogBook. Pois com isso além de escrever os dados técnicos, isso lhe permitirá fazer suas próprias reflexões sobre o seu aprendizado durante este maravilhoso período embaixo d'água, registrando as boas sensações, fazendo uma auto-crítica a você mesmo sobre os pontos que podem ser melhorados nos próximos.

Vou ficando por aqui, e no próximo post falaremos sobre o "batismo" no mar.

Até lá.




Represa de Paraibuna - SP

terça-feira, 3 de julho de 2012

Sobre o meu Open Water Dive - parte 1

Caros leitores, conforme o prometido, resolvi escrever este post para relatar um pouco como foi a experiência do meu curso de Open Water Dive, o primeiro que você deve fazer caso tenha interesse em aprender sobre este esporte fascinante chamado Mergulho.

A primeira parte do curso foi dedicada as aulas teóricas. Em 8h pudemos aprender sobre história básica do mergulho, equipamentos, princípios da física nos ambientes, fisiologia, lesões produzidas diretamente pela pressão, problemas fisicológicos decorrentes do aumento das pressões parciais e da solubilidade dos gases e técnicas, além é claro dos sinais básicos. Confesso que é uma aula chata para o iniciante pois ele está naquela adrenalina de ir pro mar logo, ver os peixes e etc, mas muito necessária. Além disso rever as leis dos gases como a Lei de Boyle - Mariotte, Lei de Charles, Lei Geral do Gases, Lei de Dalton, Lei de Henry, Princípio de Archimedes e outras leis da física, química e biologia confesso que são mesmo muito chatas para quem fez vestibular há um bom tempo como eu. Mas repito, esta é uma aula muito necessária que você se conscientize e não cometa bobagens como mergulhador recreativo. Aliás, deixo aqui uma dica aos amigos que realizaram curso pela PADI, compartilhem os conteúdos tratados nas suas aulas de teoria para compararmos ambos os programas de aprendizagem.

Na segunda parte, realizamos atividades práticas na piscina durante 08 horas. E aqui a adrenalina já vai lá pra cima, pois o ritual de vestir a roupa, colocar nadadeiras, lastro, máscara, colete e etc são sensacionais. O primeiro passo foi aprender a montar o seu equipamento, colocando o colete no cilindro de ar, conectando-o o octopus, com os dois estágios, com o regulador do colete, o profundímetro, os cuidados com os orings, a verificação da qualidade do gás, os dados de segurança do cilindro como data de fabricação, período de manutenção e etc. Enfim, fomos para a água e após as primeiras impressões realizamos a primeira descida para conhecer os equipamentos. No início senti uma pequena fobia, o receio de conseguir inspirar e soltar o ar pelo 1o estágio do regulador, o medo de não entrar água no nariz, mas logo quando eu me concentrei e controlei a minha respiração, o fluxo de ar, foi uma experiência indescritível. Ali eu estava certo da minha decisão em fazer este curso.

Já então na água iniciamos uma série de exercícios. O curso pela IANTD trabalha com a metodologia da marinha americana, logo te coloca em situações de stress o tempo todo, tentando desviar a sua atenção para testar o seu nível de concentração. Eu como um aluno consciente desde o início saiba o quão importante em ser levado a um tipo de treinamento como este.

Na piscina realizamos exercícios de ambientação, retirada do 1o estágio e recolocá-lo, simular perda do 1o estágio, simular falta de ar e uso do 2o estágio do dupla, e aqui vale uma pausa, pois há um aprendizado para dividir. Sempre, sempre mergulhe com um dupla, nunca sozinho, a não ser que você faça um curso específico para iso. Voltando a aula prática em águas confinadas, simulamos desalagamento de máscara, perda e colocação dela, retirada e colocação do colete, técnica para submergir em caso de uma subida mais rápida.

E assim se foi. No próxima post eu escreverei sobre as aulas em águas abertas em represa e o check-out ou batismo em mar.

Até o próximo post.