segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Meu último post de 2012

Caros amigos leitores do blog Meu Mundo do Mergulho, chegou a hora de fazer um pequeno balanço sobre o ano de 2012. Acredito que muitos de vocês, assim como eu estão neste momento ao menos pensando, ou em suas mentes está passando um filme com os principais acontecimentos em suas vidas ao longo deste ano. Este período de festas é propício para este tipo de reflexão.

Não posso negar, 2012 é um daqueles anos que entra no rol do períodos mais felizes de minha vida. Além das muitas realizações profissionais e conquistas pessoais, devo comemorar muito o início de um grande amor, a paixão pelo Mergulho.

Logo após o reveillon iniciei o curso do Open Water Dive, com as aulas teóricas e práticas em piscina. Em fevereiro então, fiz os meus check-outs em represa e em mar, conseguindo a minha primeira credencial como mergulhador pela IANTD - International Air Nitrox Technical Dive.

Um tempo depois desta primeira aventura, assim que tomei a decisão de continuar com a minha educação continuada surgiu a ideia de criar este blog, sem nenhuma pretensão em ser uma referência como um dos maiores blogs ou sites na internet sobre o mergulho, mas apenas como um lugar onde eu possa tirar o meu logbook do papel e abri-lo livremente na web para que outras pessoas que estejam interessadas em ingressar neste esporte, ou já adeptos, possam conhecer as minhas experiências, as coisas que estou aprendendo, leituras, vídeos sobre o universo marinho.

Aproveitando este momento de balanço, quero compartilhar com vocês então algumas conquistas neste meu primeiro ano como mergulhador. Pude mergulhar em pontos muito distintos como a Represa de Paraibuna, as Ilhas Vitória e dos Búzios localizadas atrás da Ilha Bela no litoral norte de SP, a Laje de Santos e os maravilhosos pontos em Ilha Grande. Ao todo fecho o ano completando 28 mergulhos, um número que me deixa muito orgulhoso, pois muitos que ingressam no esporte não conseguem chegar a metade deste número em um ano.

Enfim meus amigos, é um ano muito especial para mim, onde tenho muitos motivos para comemorar e para compartilhar com vocês. Desejo que em 2013 eu possa comemorar mais do que números, mas a qualidade das aventuras que estão por vir e que terei a honra de dividir com todos aqui neste blog.

Desejo à todos vocês e suas famílias um maravilhoso ano de 2013.

Até a próxima!!!

Salvos por um mergulho - um livro intrigante

Olá amigos leitores deste humilde blog. Hoje a minha inspiração para este post é compartilhar uma leitura que encerrei ontem. Trata-se do livro Salvos Por Um Mergulho, a história do casal de brasileiros que escapou do tsunami, escrito por Karina Dubeux.

Karina revela em algumas páginas a aventura que viveu com seu marido Isac durante o tsunami ocorrido em 26 de dezembro de 2004 na Tailândia. Por obra do destino, no momento da gigante onda, os dois estavam mergulhando a 23 metros de profundidade, e pelo relato, enquanto estavam lá embaixo não sentiram impacto nenhum. A grande surpresa ocorreu ao retornarem à superfície, com o desespero dos tripulantes dos barcos colocando mergulhadores de volta e saindo até um ponto da ilha em que pudessem estar a salvos e entender o que havia ocorrido.

Pare e feche seus olhos. Imagine-se por um momento vivendo esta inusitada situação!

Sou uma pessoa apaixonada por ouvir histórias das pessoas, e este livro é um maravilhoso convite para entender o que ocorreu em toda aquela tragédia, o ponto de vista do casal, os sinais que receberam pré tsunami, enfim, todo o relato de quem realmente viveu uma parte deste episódio da natureza humana, e não do que os jornais publicaram na época, aliás, esta foi uma bela inspiração para Karina Dubeux depois de ter lido muita besteira publicada por jornalistas que precisavam criar uma história que vendesse jornais, colocando palavras em sua boca.

Outra parte do livro é espetacular, pois Karina se preocupou em relatar alguns dos melhores de seus mais de 500 mergulhos. Os lugares exóticos e as fotos ao longo do livro instigam qualquer praticante do mergulho a planejar boas viagens, em especial para a Ásia, lugar que pelo visto deve ser abençoado por Deus tamanha a diversidade de espécie encontradas.

Enfim, mais uma leitura obrigatória para você que assim como eu está apaixonado pelo mergulho, um esporte que ao contrário do que muitos pensam e classificam como radical, mas uma atividade muito relaxante, onde você literalmente passa para uma outra dimensão.

Espero que tenham gostado desta dica.

Até a próxima!!!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Continuar estudando - O curso Advanced (parte 2): Mergulho Noturno

Caros amigos,

Este é um post para mim muito especial para dividir com vocês. Pois trata-se de um dos mergulhos mais incríveis e tranquilos que eu já fiz em pouco tempo.

O post de hoje é para relatar o meu primeiro mergulho noturno, como parte do check-out do Advanced. E o local não poderia ter sido tão bem escolhido, a Praia de Jaconema, em Ilha Grande - Angra dos Reis/RJ no dia 06 de outubro de 2012.

Meu mergulho de número 18, foi realizado saindo do pier da Pousada Nautilus. Antes deste delicioso passeio realizamos dois mergulhos para o check-out do curso de Naufrágios que fiz, mas isto será um dos próximos posts.

Por volta das 17h comecei o preparo dos equipamentos, troca de pilhas da lanterna, enquanto aguardava o meu instrutor Cesar Gentile retornar dos exercícios com outros alunos, além disso outro grupo nos acompanharia neste empreitada. As condições climáticas estavam sensacionais, ao longo de todo o dia muito sol, temperatura ambiente por volta de 25 graus e na água encontramos 21 graus.

Logo depois do Cesar passar todo o briefing descemos. Eu estava com um cilindro com pressão inicial em 180 bar e final cheguei com 70 bar, lastro com 10kg integrado ao colete asa que comprei do CG e usei pela primeira vez naquele dia. Além disso, lanterna, carretilha, computador, lift e câmera foram outros itens obrigatórios para a descida. Apesar da pouca profundidade, pois chegamos a 10 metros, passeamos por 40 minutos.

O novo colete me atrapalhou um pouco, pois eu ainda estava aprendendo todos os truques de flutuabilidade dele. Mas estive tranquilo ao longo de todo o mergulho. O problema era quando eu tranquilizava a respiração e o colete me jogava pra cima e lá ia eu inclinar o corpo para esvaziá-lo.

Ao longo de todo o trajeto usei bem a lanterna, apesar de que não se comparava ao faixo de luz produzido pela laterna usada pelo Cesar Gentile, porém ajudou muito a eu produzir boas fotos e imagens para o vídeo, que você poderá ver um pouco mais abaixo no post.

Conseguimos ver muitas espécies de peixes, raia, e um polvo que saiu para se alimentar. Um fato curioso foi que ao pararmos para ver um bando de Coiós, ao me apoiar no chão com uma das mãos um chegou a me atacar, creio que imaginou que pudesse ser algum outro predador, mas nada de mal aconteceu, foi um arranhão imperceptível.

Um fato importante deste mergulho foi que eu havia comprado a antena wi-fi para o meu computador Oceanic VT4.1, ajudando muito a melhorar os meus registros e me dar maior segurança nos controle do consumo de gás, profundidade, tempo de mergulho etc.

Quando eu falo sobre o mergulho noturno muitas pessoas me olham com uma cara de reprovação, perguntando se dá para ver algo, eu mesmo pelo que me contavam sempre disse que era um dos melhores mergulhos, pois é neste momento que as espécies saem das tocas e você mais encontra vida marinha. Então, alie isso a paz e tranquilidade lá embaixo!

Enfim, espero que tenham gostado deste novo relato. Em breve falarei um pouco mais sobre o fim do curso Advanced e do check-out de Naufrágio.

Até a próxima!!!


Uma das fotos que eu mais gosto de ter feito. Ilha Grande é repleta de Estrelas-do-mar

A espécie de asas que os Coiós usam para se proteger. O azul neon em volta é lindo.

O bando de Coiós

O polvo que saiu de sua toca

A raia passeando a nossa frente

 
Vídeo que produzi para registrar o 1o mergulho noturno

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Continuar estudando - O curso Advanced (parte 1)

Bem meus amigos, hoje o post eu resolvi dedicar a falar um pouco sobre uma boa prova do quanto eu me apaixonei pelo mergulho. Vamos falar sobre a continuidade dos meus estudos no esporte, e fazer o curso do Advanced demonstra um pouco sobre a minha vontade em continuar a me aperfeiçoar, conhecer um pouco mais as suas nuances.

Como a minha experiência no Open Water Dive foi fantástica, resolvi repetir a dose fazer o curso com o Cesar Gentille da Cesar Dive em Caraguatatuba e com a certificação da IANTD. Neste módulo resolvi optar por um upgrade adicionando também os estudos de Nitrox, uma outra mistura de gases que permitem você permanecer por mais tempo em determinadas profundidades.

Hoje, dia em que estou escrevendo este post, ainda não obtive a minha certificação pois faltam alguns mergulhos de treinamento e refazer as provas teóricas, por isso este post é só uma primeira parte e assim que eu concluir com toda a certeza escreverei aqui no blog.

O curso é composto por 08h de aulas teóricas sobre a Advanced, onde você aprende um mais sobre o planejamento do mergulho (questões gerais sobre aptidão física, alimentação e hidratação, uso dos sentidos, condições de água e checklist), mergulho profundo (cuidados para mergulhar entre 18mt à 30mt, equipamentos, doença descompressiva - DD, narcose, hipotermia - baixa temperatura corporal e gerenciamento de gás), visibilidade limitada e noturno ( navegação por bússola, movimentos de água, uso de outros equipamentos como a laterna e carretilha por exemplo, as etapas de planejamento com a verificação do ambiente, acordos sobre o cancelamento do mergulho, uso de cabos e preocupações com o dupla, vida marinha, técnicas de navegação, fases de descida e subida) e navegação subaquática básica (correntes, vida animal e vegetal, cálculo de distância e velocidade de natação, especialização em bússola e o estabelecimento de percursos). Já o Nitrox Diver foi composto por 4h de aulas teóricas, explorando temas tais como: benefícios e preocupações de mergulho com esta mistura (história, oxigênio e o corpo humano, toxidade), planejamento de mergulhos (relação de pressão, Lei de Dalton,  melhor mistura, profundidade máxima operacional, profundidade equivalente e tabela PEA - Profundidade Equivalente com Ar / PMO - Profundidade Máxima Operacional) e os aspectos operacionais (visão geral, marcações visuais, preparando o Nitrox e análise do cilindo e do gás). O módulo do Nitrox é um pouco chato para quem não gosta muito de exatas como eu, pois é repleto de cáculos como a Fórmula de Clock entre outros.

Além destas aulas teóricas, fiz algumas práticas já em represa. Os mergulhos foram realizados em Paraibuna.

Meu primeiro mergulho ocorreu no dia 10 de junho de 2012. Como eu não tinha ainda o computador, meu log não foi tão perfeito, mas as condições climáticas estavam ótimas, com muito sol. Desci com prancheta (sim meus amigos, você pode escrever com um lápis embaixo d'água), bússsola, luva e capuz, pois a água estava bem frita. Usei um cinto de lastro com 12kg. Descemos até 20 metros e neste eu já usei Nitrox com EAN38. A visibilidade estava bem ruim. Realizei exercícios de bússola nadando em um quadrado, retângulo e triângulo. Na primeira sessão com o dupla foi ruim pois não combinamos muito bem os sinais e a responsabilidade de cada um. Já na descida com o Nitrox foi muito tranquilo, mas detectei que eu precisava trabalhar mais a minha fobia inicial na descida, segundo o Cesar é muito normal isso ocorrer com mergulhadores iniciantes e com o tempo e a rotina isso vai passando. Em meus recentes mergulhos em Ilha Grande deu para perceber bastante isso. Realizamos alguns exercícios com lanterna e com a deco mark. Com a deco, além da carretilha enroscar um pouco, por causa da qualidade dela (produto chinês), me perdi um pouco entre o controle do colete, enrolar o cordão e acabei subindo numa velocidade não muito boa, consequentemente acabei não realizando direito a parada de descompressão, mas nada grave, paramos a 3 metros por cerca de 04 minutos.

Já no mergulho seguinte, realizado em 31 de junho, apesar do sol e calor, a água estava com temperatura em 18 graus. Novamente utilizei a prancheta, luva e capuz, bem como cintro de lastro de 12kg. Desta vez consegui marcar no meu logbook outras informações no meu 10o mergulho registrado no livro. Cilindro com pressão inicial em 180 bar e pressão final em 60 bar, chegamos a uma profundidade de 33 metros e mergulhamos por 26 minutos, chegando a realizar uma parada de segurança de 4 minutos. Apesar da água bem fria, o uso do capuz e luva me protegeram bastante, apesar de incomodar usá-los. No início a água estava bem turva, sem visibilidade por causa dos sedimentos, mas no fundo, depois dos 10 metros, uma boa visibilidade e com o uso de lanterna. Aproveitamos para treinar os sinais de comunicação para mergulhos com baixa visibilidade ou noturno. Novamente no início senti a fobia inicial da descida, mas quando o Cesar Gentille me mostrou a profundidade que atingimos de 30 metros me tranquilizei e segui muito bem. Não me dei conta de sentir ou não efeito da narcose, creio que não senti, mas é muito normal sofrer estes efeitos. A subida foi muito tranquila e realizamos a parada descompressiva, e fiquei imaginando como é quando você precisa fazer este tipo de parada por 1 hora por exemplo, você tem que ficar brincando de jogo da velha com a sua prancheta. Este mergulho e o registro no Logbook me mostrou que eu deveria fazer o investimento em um computador para melhorar a qualidade dos meus registros.

Em meu terceiro mergulho, o de número 11 registrado no LogBook, realizado no dia 07 de julho, vivi uma situação de muito stress, o que impactou nos mergulhos seguintes e que até hoje tenho trabalhado na minha reabilitação. Em Paraibuna estavamos com o dia bem ensolarado, temperatura do ar em 22 graus e da água em 18 graus. Além de descer com prancheta e capuz eu estava com o cintro de lastro de 12 kilos. A pressão inicial do cilindro era de 190 bar. Este mergulho tinha como objetivo realizar exercícios de busca e recuperação de objetos, eu estava com outro aluno como dupla e após recebermos as instruções descemos. Bem, este foi um mergulho em que fomos expostos a condições de muito stress causados especialmente pela manutenção que estava ocorrendo muito próximo ao nosso ponto de descida com uma embarcação da CESP - Cia. Energética de São Paulo. O dupla também estava tenso com a embarcação próxima e com os turistas, com isso muito sedimento era levantado contribuia com a diminuição da nossa visibilidade. Eu não me recordava de ter aprendido em sala de aula as técnicas de busca e recuperação e o volume de instruções contribui também para aumentar o nível de tensão, além de ter de administrar equipamentos com os quais você ainda não está acostumado, e também eu estava utilizando pela primeira vez, cedido pelo instrutor Edimar Barbosa, e com isso eu não consegui sinalizar para o meu dupla corretamente e vice.  Além disso, o dupla também não compreendeu o exercício e fomos descendo. Chegamos aos 15 metros e para ele estavamos a 9 metros quando ele consultou seu computador. Com isso, ele não estava conseguindo prestar atenção aos meus sinais, cheguei a verificar o profundimetro, mas era quase impossível visualizar corretamente pois estavamos levantando muitos sedimentos, graças a nossa agitação. Foi difícil descer para compensar. Foi então que decidi abortar o mergulho, tamanho o nosso nível de stress e descompasso. Planejei escrevei um post só para falar sobre a difícil decisão de cancelar um mergulho. Mas o fato é que sai da água puto comigo mesmo e preferi não realizar uma nova tentativa de descida posteriormente. O Cesar e eu conversamos logo depois de um tempo para ele entender as razões que me levaram a cancelar o mergulho e aprimorarmos os próximos. De maneira alguma eu transferi, lancei a culpa ou fiquei nervoso com o meu dupla. Tive muito tranquilidade para compreender que ambos estávamos expostos a uma situação muito desconfortável para quem está ainda numa fase de início deste esporte. Aliás, foi ótimo ter acontecido esta situação para que eu possa aprender a lidar com o sentimento de cancelamento do mergulho, uma vez que ficamos sempre com uma boa dose de ansiedade e adrenalina para descer logo nas profundezas.

No dia 06 de outubro realizei o meu mergulho noturno em mar. Desta vez em Ilha Grande no RJ. Mas isto é história para um outro post.

Enfim, estes são meus relatos iniciais sobre o curso Avançado de mergulho. Espero que tenham gostado desta primeira parte. Em breve eu publicarei a segunda parte da minha experiência com o curso também.

Até a próxima!!!


Recebendo as instruções do Cesar Gentille antes de descer


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Sobre o filme Santuário

Caros amigos, este post é para compartilhar com vocês algumas informações sobre o filme que assisti no último sábado, 20 de outubro, O Santuário, produzido por James Cameron, sim, o mesmo de Titanic e Avatar, dirigido por Alister Grierson.

O filme é baseado num história real e conta sobre o experiente mergulhador Frank McGuire (Richard Roxburgh) que já tinha explorado as cavernas do South Pacific Esa anteriormente, mas uma tempestade tropical forçou que ele e sua equipe, que inclui seu filho Josh (Rhys Wakefield) e o economista Carl (Ioan Gruffudd), alterasse a rota de saída em direção ao mar, fazendo com que eles fossem mais fundo por dentro de um labirinto de cavernas subaquáticas para sobreviver. Mas eles não têm muito tempo e a dúvida é saber se conseguirão sobreviver para contar esta história.

Este filme é repleto de muito suspense e aventura, pois além das descobertas e mergulho em caverna, mistura também momentos de escalada.

É ótimo para quem está iniciando a prática do mergulho, pois demonstra uma série de procedimentos e técnicas que devem ser adotados em qualquer situação de mergulho, como por exemplo, visualizar o mergulho antes, demonstrar alguns equipamentos utilizados para grandes profundidades ou tempo, tais como a câmara hiperbárica ou o rebreather (equipamento que "recicla" o seu gás carbônica e o transforma em oxigênio, eliminando o uso de cilindro).

Alguns momentos do filme demonstram erros grotescos cometidos por mergulhadores, ou descuidos como caso de doença descompressiva - DD. Mas há também momentos onde são mostradas algumas falhas, como numa cena em que os mergulhos na caverna ao emergirem num determinado ponto já retiram o regulador de ar da boca, sendo que nestes casos você permanecer por um tempo até que possa reconhecer o ambiente, uma vez que num ambiente como estes há o acumulo de gases e odores, fruto de alguma decomposição de peixes ou outros animais marinhos. Além disso, algumas descidas sem cilindro, na apinéia são uma piada, pois existe toda uma técnica para descer deste modo e permanecer por um longo tempo em determinadas profundidades (para você entender melhor sobre a Apinéia conheça a Karol Meyer). Outro ponto que achei falho no filme foi o dos mergulhadores não usarem técnicas para amarrar o cabo-guia e carretilha ao longo da exploração em caverna, local onde geralmente você tem baixa visibilidade ou nula fora a quantidade de sedimentos levantados pelas batidas de pernas.

Se você está pensando em fazer uma especialização de mergulho em cavernas, vale a pena assistir este filme antes para ter uma boa ideia do que irá enfrentar pela frente.

Até a próxima!!!


 Cavernas do South Pacific Esa 

  
Frank McGuire (Richard Roxburgh) e Josh (Rhys Wakefield)

 
 Trailer do filme

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Mergulho x Mundo Corporativo?

Caros amigos leitores, hoje resolvi escrever um post com uma reflexão que tenho feito muito interessante.

Tenho pensado muito sobre como levar os meus aprendizados com a prática do mergulho para o mundo corporativo. Sim, o que estas duas coisas devem ter em comum?

Este é um esporte muito intenso e de auto-conhecimento o tempo todo, pois você o tempo todo está atento aos procedimentos, ao script que deve seguir, e também reconhecendo os limites de seu próprio corpo.

Mas o principal aprendizado na minha opinião, é a auto-suficiência. Assim como no livro O Último Mergulho vários relatos sobre bobagens cometidas por mergulhadores experientes lhe custaram a própria vida, por acharem que já sabiam todos os procedimentos, que não precisavam aprender mais nada. O mesmo ocorre no mundo corporativo. Quanto mais auto-suficiente se torna um gestor, um profissional, mais propenso a cometer erros e consequentemente podem custar suas vidas, neste caso, seus empregos. Por isso, você deve estudar constantemente, visualizar situações futuras, planejar. Por isso, gosto muito de seguir um dos ensinamentos de Sócrates, o filósofo e não o jogador, "só sei que nada sei, porque nada sabei". Se você adota este mantra para a sua vida, pode ter certeza de que no mergulho e no mundo corporativo poderá se desenvolver mais e mais.

Seguir seus instintos e o prazer pela descoberta são outras habilidades muito importante que você estimula bastante praticando este esporte. Cada descida para o fundo do mar é uma situação única. Nunca um mergulho é igual ao outro, mesmo que você passe pelos mesmos pontos. Por isso, pensar por qual direção seguir, estar atento aos sinais dados pelas águas, como a visibilidade, a temperatura, os sedimentos etc. Mas, a medida em que vai observando as espécies, o comportamentos dos peixes, mais e mais fica encantado em passear nas profundezas do mar.

Observar os peixes, corais, e outros animais marinhos é um exercício muito curioso também. O mesmo ocorre no mundo corporativo. Observe os perfis das pessoas que trabalham ao seu redor, em sua equipe, e vai encontrar características similares. Uns gostam de se mostrar para o mergulhador, o famoso puxa-saco, outros são imprevisíveis e quando você menos espera te armam um ataque, qualquer semelhança com algum colega desleal é mera coincidência.

Saber a hora de parar e uma outra lição fundamental que deve ser analisada. Não é muito fácil na hora H se recusar a descer, ou já embaixo d´água, abortar o mergulho, ainda mais depois de todo o seu investimento financeiro, o tempo da viagem, as companhias. Logo, saber a hora de ir embora, de abortar a sua missão em determinada empresa também não é um exercício simples, uma vez que você investiu seu próprio dinheiro para se capacitar, seu tempo que deixou de estar com a família para ficar até depois das 21 horas trancado em reuniões tomando estressantes decisões entre outras coisas.

Enfim meus amigos, eu venho com frequência os departamentos de recursos humanos investirem em ações para integrar suas equipes como torneios de futebol inter-áreas, gincanas e etc. Mas pensem, não basta trabalhar em prol de equipes de alta performance, mas é preciso investir em pessoas de alta performance, e é por isso que acredito que o mergulho é um esporte fascinante para o auto-conhecimento.

É isso aí, espero que este post ajude-os a pensarem e se auto-conhecerem.

Até a próxima!



domingo, 23 de setembro de 2012

Pagando uma dívida com a Laje de Santos

Caros amigos leitores deste blog. Como escrevi em meu post anterior, falar sobre as recentes aventuras no Parque Marinho da Laje de Santos em um único texto seria injusto para com este belo santuário e com as histórias. Por isso, o post de hoje é dedicado ao meu retorno à Laje, o pagamento de uma dívida para com ela.

Por uma incrível coincidência, na semana seguinte a primeira aventura, o meu instrutor Cesar Gentile (Cesar Dive Team) iniciou a organização de um grupo para ir até a Laje, e com a operação do Armando com a Nautilus. Eis que vi uma enorme oportunidade de pagar a minha dívida com aquele lugar incrível e retornar, e ainda com mais segurança, pois estaria com um grupo de mergulhadores conhecidos. Não tive dúvidas, fechei com o Cesar na hora.

Dias antes de nossa aventura, comprei meu computador Oceanic VT4 com o Cesar, o que me auxiliaria a fazer um registro mais completo, ou seja, eu iria administrar um novo equipamento neste mergulho. Mas eu estava um pouco mais tranquilo em ter de descer com o computador pois ele me daria muito mais segurança e ajudaria na administração do consumo de ar, intervalo, profundidade entre outras coisas.

Então, no dia  02 de setembro, estávamos lá novamente na Capri Marina em São Vicente, cedinho, preparando os equipamentos, desta vez montando boa parte antes de sair com a Nautilus II e outra parte montamos ao longo do caminho. Armando deu o briefing para todos e partimos nós para a Laje, num trajeto de 1 hora e 20 minutos aproximadamente.

Ao chegarmos no Parcel das Âncoras na Laje, a temperatura do dia estava em torno de 26 graus, a água em 20 graus e visibilidade de 15 metros.

Após nos vestirmos, colocar os equipamentos partimos todos para a água. Cesar Gentile distribuiu o grupo, e os 05 que precisavam de um maior acompanhamento foi com o Fabio Lobassi (que aliás, desta vez contou histórias fantásticas de seus mergulhos nas Bahamas com tubarões), e eu estava entre estes,  pois assim tanto o Cesar quanto o Edimar Barbosa e o  José Correia poderiam observar e apoiar o grupo.

Eu estava com lastro de 10 kg, cilindro com pressão inicial em 200 bar. Mas ao descer todo o filme me passou pela cabeça e lá estava eu na superfície quase abortando o mergulho, pois não conseguia controlar a respiração com fobia novamente. Então o Cesar, subiu, me ajudou a me acalmar, me puxou pelo braço para conseguir descer e por um bom mergulhei ao seu lado, até que pude me soltar e ir sozinho, acompanhando o grupo. Chegamos a 18 metros e mergulhei por cerca de 13 minutos, pois no retorno durante uma correnteza eu acabei subindo e não conseguindo acompanhar novamente o grupo lado a lado. Pensei então que para o segundo, eu deveria descer com mais peso no cinto de lastro. Ao longo de todo o tempo logo depois de controlar bem a minha respiração me acalmei e aí foi um passeio fantástico. Consegui equilibrar muito bem a minha flutuabilidade, respeitando uma orientação de não levantar sedimentos. Liguei a minha câmera e saí filmando indiscriminadamente, vocês poderão ver as minhas imagens logo abaixo nos vídeos que postei no Youtube. Encontramos 05 Raias Manteigas (Dasyatis americana), muitos cardumes, entre as espécies uma que chamou a atenção foi a das Garoupas. A pressão final em meu cilindro era de 80 bar.

Com todos na superfície, o Cesar deu uma chamada geral e em alguns mergulhadores em especial, na minha opinião correntamente, sobre os cuidados para acompanhar o dupla entre outras coisas. Fizemos um lanche para aguardar o tempo de descompressão e eliminação de hidrogênio da corrente sanguínea para realizarmos a 2a descida. Eis um novo erro que cometi. Comer pão com salsicha não é muito bom, pois senti um certo mal estar no 2o mergulho. Este intervalo foi de 1 hora e 14 minutos.

Novamente com o cilindro em 200 bar, desci, e desta vez controlando melhor a minha respiração muito bem. Outra vez eu estava no grupo do Lobassi. Porém, o outro lado da ilha para a qual resolvemos seguir não possuia muita vida marinha, mas a visibilidade me parecia melhor, talvez por estar no grupo da frente em que ninguém levantava sedimentos. Como falei, o lanche não me bateu bem, e a temperatura da água desceu para uns 18 graus em alguns trechos, fazendo com que na hora eu sentisse um pequeno enjôo, com uma sensação de engasgar com a própria saliva, e com esta baixa temperatura a sinusite atacou, me dando uma dor de cabeça em que fui obrigado a abortar depois de um tempo. Mas desta vez o meu procedimento foi muito correto. Fui até o Dive Master, Fabio, avisei-o que não estava bem, e queria subir. Ele me acompanhou, verificou como eu estava na superfície, eu lhe informei o ocorreu e pedi para que ele voltasse para guiar o grupo que eu voltava ao barco pela superfície nadando tranquilamente. Fui elogiado posteriomente por ele e pelo Cesar, pois adotei todos os procedimentos corretos, o que me deixou muito feliz, pois demonstrou que eu estava praticando correntamente o que tenho aprendido em todas as aulas e mergulhos.

Com tudo isso, eu tiro mais boas lições. Estou melhorando aos poucos minha performance. Cesar me disse que é muito comum ocorrer este tipo de problema com quem está iniciando, e que minha postura em todos os casos demonstram eu ter um perfil de mergulhador técnico. Se serei ou não aí é uma outra coisa. Mas, comecei a afastar os meus traumas iniciais e com toda a certeza voltarei para a Laje para pagar as demais parcelas da dívida com este maravilhoso santuário, muito preservado graças ao trabalho da ONG Laje Viva.

Ah, e antes que eu me esqueça, vale mencionar que além do Cesar Gentile, Fabio Lobassi, Edimar Barbosa e José Correia que eu citei ao longo deste post, estiveram também no mergulho outros amigos que estão no meu perfil no Facebook: Marcelo GonçalvesRegis Blaustein, Simone Cascardo e o Fabinho, Glauco Simionato, Halsey Costa Resende, Marcos Gopfert Cetrone, Valdomiro Siviero e seu filho. À todos, o meu muito obrigado por me proporcionarem mais este novo momento de aprendizado.

Bem, é isso aí meus amigos. Espero que tenham gostado destes novos relatos.

Até a próxima!


Parcel das Âncoras

A Laje de Santos

Raia Manteiga

O encanto de algumas espécies

 Linda imagem depois de editar

Mais uma espécie encantandora

Passeando pelos cardumes

A Garoupa

Equipe se preparando para o 2o mergulho

 
 Vídeo do 1o mergulho

 
Vídeo do 2o mergulho

sábado, 22 de setembro de 2012

Mergulhando na Laje de Santos pela primeira vez

Caros amigos leitores, o post de hoje é muito especial. A princípio eu planejava tratar de minhas duas visitas ao Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, litoral sul de São Paulo, num post só, mas não seria justo com a Laje, pois cada visita tem uma coleção de boas histórias. Então, eu decidi publicar aqui a minha primeira aventura até este santuário da natureza. Aliás, quando eu digo para as pessoas que fui mergulhar na Laje de Santos, e que este é um dos melhores pontos do Brasil as pessoas me olham com certa estranheza, já a imagem que se tem da praia não condiz.

O desejo de mergulhar neste local surgiu após uma leitura na revista Mergulho, que contava um pouco sobre a produção do documentário pela ONG Laje Viva (veja o canal de vídeos no Youtube - http://www.youtube.com/lajeviva).

Um belo dia, num café reunião com o Eduardo Shimahara e a Carla Mayumi Albertuni sobre um projeto incrível que estão empreendendo o Educ.Ação, ao final conversamos sobre mergulho. Shima que se tornou leitor deste blog então fez questão de me convidar para conhecer finalmente a Laje, pois entrávamos no melhor período para visitar a região.

Desde então conversamos por e-mail e marcamos com o Armando de Luca Junior da Nautilus Dive Center que realiza operações na região há muitos anos.

Eis, que no dia 04 de agosto de 2012, realizei meus dois primeiros mergulhos na Laje, quer dizer, minhas tentativas. Trata-se dos meus mergulhos de números 12 e 13 em meu Logbook. Partimos da Capri Marina, em São Vicente por volta das 09h, pois durante uma hora ajudamos a colocar todos os equipamentos na embarcação Nautilus II, montar coletes e reguladores nos cilindros para ganhar tempo, uma vez que estávamos num grupo grande de mergulhadores. Foi muito interessante acompanhar um outro estilo de operação que o Armando realiza, excelente por sinal, com o apoio do Fabio Lobassi, mergulhador ultra experiente com histórias incríveis. Após o briefing com as instruções básicas sobre a embarcação e o local, partimos para o nosso destino, inclusive acompanhados por uma voluntária da Laje Viva, responsável pela fiscalização dos mergulhadores no local.

Apesar da temperatura ambiente estar ótima, por volta dos 28 graus, a água estava fria com 20 graus, e com uma visibilidade de 15 metros aproximadamente.

Devidamente equipados e definidas as duplas partimos para a água, e eis que em meu primeiro mergulho vivi um drama. Em meu último mergulho na represa, passei por uma situação de stress e administração de muitos equipamentos que me fizeram abortá-lo (isso será tema para um post especial). E então, cai na bobagem de me equipar por demais, ao ver todos os demais mergulhadores descendo com carretilha, bússola, prancheta, capuz, câmeras e etc. Enfim, eu teria muitas coisas para administrar sem ter tanta experiência ainda. Recentemente eu havia terminado de ler O Último Mergulho, tema de meu post anterior, o que de certo modo estava gravado no inconsciente, as lembranças ruins dos episódios com os Rouse. A adrenalina em que eu estava por ir mergulhar num território diferente dos meus mergulhos anteriores, com equipe desconhecida. E logo que tentei descer, o regulador que eu havia alugado estava apresentando defeito, sem a válvula de regulagem, e a entrada e saída de gás não correspondiam ao meu esforço. Voltamos ao barco e trocamos o regulador que desta vez funcionava corretamente. Ao tentarmos novamente descer, creio que por não ter teto, não via o fundo de areia, e sob o stress de toda a situação anterior decidi abortar, descendo apenas 03 metros, ficando por somente 05 minutos. Além disso, o colete também alugado era um pouco diferente do que eu estava acostumado a usar, em suma, uma série de variáveis me influenciando e acredito ter tomado a decisão mais correta.

Em seguida retornei ao barco, tanto Armando quanto Lobassi procuraram me deixar bem tranquilo, me dando recomendações para tentar fazer um segundo mergulho. Não consegui reparar qual foi a pressão final do cilindro, apenas a inicial de 3.000 psi. E é claro, pedi ao Shima que pudesse descer e mergulhar com um outro grupo, para não ser tão prejudicado.

Durante todo este tempo fui me acalmando, refletindo e então para o segundo mergulho decidi ir com a menor quantidade possível de equipamentos.

Então voltamos para a água, porém desta vez planejamos iniciar a descida o mais próximo possível das pedras para que eu tivesse teto. Porém logo que iniciamos a descida eu voltei a sentir fobia e estava quase abandonando novamente o mergulho. Eis que o Shima me acalmou e decidimos fazer snorkelling, ele desceria e me acompanharia visualmente, quando eu me sentisse a vontade poderia descer tranquilamente.

Mesmo fazendo snorkeling foi fantástico neste início, pois foi meu primeiro mergulho com minha câmera fotográfia, algo que eu tinha vontade de fazer desde meu check-out, para registrar os lindos momentos. Chegamos a ver uma tartaruga nadando tranquilamente, sem se abalar conosco.

Logo depois eu me acalmei, continuei na superfície com o uso do regulador, até que consegui descer. Chegamos a mergulhar nos 10 metros por 20 minutos, quando fui interrompido por uma nova crise de fobia e descontrole da respiração, fazendo com que terminassemos nosso mergulho. De todo o modo foi fantástico fazer fotos e vídeos com toda aquela diversidade de peixes e corais que encontramos, e que vocês caros amigos leitores, poderão olhar logo abaixo do texto.

Ao retornarmos para a marina, no caminho foi premiados com a visita de um bando de aproximadamente 50 golfinhos. Inédito inclusive para o Armando, que quando os avistou e nos avisou liguei minha câmera e gravei por cerca de 15 minutos as brincadeiras deles com o nosso barco.

Cheguei a registrar inclusive em meu LogBook, que tudo o que ocorreu nestes dois mergulhos, nada mais foi do que uma forma de eu manter meu compromisso de retornar até a Laje.

Mas uma coisa eu devo registrar neste post. Shima foi um grande dupla, um dos melhores que mergulharam comigo até agora. Pois, além da super conversa durante o caminho até a Laje, contando de suas experiências, seus treinamentos e vice-versa, combinou comigo sinais de comunicação, um fator muito importante para o entrosamento entre os mergulhadores, soube lidar de modo muito profissional com a minha situação de stress, me ajudando em todas as situações as quais fui submetido, não se importando tanto se iria ou não mergulhar. Foram grandes atitudes que me ensinaram um pouco mais a como me portar quando ocorrer o mesmo comigo, mas do lado inverso.

É isso aí meus amigos. Espero que tenham gostado desta aventura. Em breve relatarei como foi o meu retorno a Laje de Santos, um dos lugares mais incríveis que conheci.

Até a próxima!

Minha foto debaixo d´água

Nossa amiga tartaruga passeia tranquilamente


  
Alguns peixes chegam a se exibir para as fotos

  
Uma bela garoupa

Nadamos entre incríveis cardumes

Peixes e os corais

Vendo novas espécies

Frade

  
Avistamos os golfinhos

Os golfinhos brincam com o nosso barco

 
Meu primeiro vídeo debaixo d´água

 
 Vídeo dos golfinhos

 Outro vídeo dos golfinhos

domingo, 16 de setembro de 2012

Sobre o livro O Último Mergulho


Caros amigos leitores do Blog, hoje o post é para compartilhar uma das minhas leituras recentes. O livro O Último Mergulho, de Bernie Chowdhury, Editora Record (http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=592996&sid=8757150751491184355499646).

Este é um livro incrível, fascinante. Conta a história real de Chris e Chrissy Rouse, pai e filho que integravam uma experiente equipe de mergulho e portaram suas habilidades em caverna para os naufrágios. Ambos morreram em 1992 ao mergulharem num ponto da costa de Nova Jersey e Nova York em busca de reconhecimento junto a comunidade de mergulhadores, tentando descobrir a identidade e o diário de bordo do capitão de um U-Boat, submarino tipicamente utilizado na Segunda Guerra Mundial, apelidado como U-Who. Anos depois do incidente, o mergulhador John Chatterton, descobriu a verdadeira identidade do U-Boat, o U-869 (http://pt.wikipedia.org/wiki/U-869).

O autor e também mergulhador Bernie Chowdhury faz um maravilhoso relato sobre a vida de pai e filho, suas aventuras, qualidade e defeitos no fundo do mar. Um misto de autosuficiência, ter de provar um ao outro em todo o momento, em todas as situações, que viviam um mundo particular debaixo d´água.

Ao mesmo tempo Chowdhury traz relatos de outros experientes mergulhadores e suas próprias aventuras. Como por exemplo, as expedições ao Andrea Doria (http://pt.wikipedia.org/wiki/SS_Andrea_Doria), um dos mais famosos naufrágios, que atrai muitos e muitos adeptos do esporte.

O livro é um excelente material para estudar mais sobre o fascinante mundo do mergulho. Ele traz muitos relatos que ajudaram as agências a aperfeiçoarem a regulamentação deste esporte por todo o mundo. As histórias retratam os desafios de realização de mergulhos em altas profundidades, acima dos 60 metros, técnias utilizadas, e os usos dos diferentes gases (Nitrox, Trimix).

Na minha opinião toda e qualquer pessoa que queira se aventurar a obter uma certificação, seja qual a for a certificadora, deve ler. Pois ele é um grande alerta para uma série de episódios que poderão ocorrer em qualquer de suas aventuras, bem como, as medidas que você deve realizar para fazer um mergulho tranquilo e seguro. Hoje, tenho visto muitos mergulhadores cometerem erros como dos Rouse, demonstrando excesso de autosuficiência, em muitos momentos boas doeses de arrogância e prepotência, e que por acumular um bom número de mergulhos achar que não precisa aprender mais nada, que não precisa seguir regras, procedimentos padrão e etc. E o livro mostra, que estes excessos são os grandes vilões dos mergulhadores.

Para mim, além destas lições aprendidas, o livro me causou um certo impacto psicológico. Logo depois de terminar a minha leitura fui mergulhar na Laje de Santos pela primeira vez, e por conta de uma série de situações de stress abortei o primeiro mergulho e quase não fiz o segundo, mas isso é história para um dos meus próximos posts.

Bem, não quis relatar muita coisa sobre os detalhes do livro para não estragar a surpresa, apenas sugiro que você meu amigo leitor, compre-o e aproveite. Vale a pena.

E para me despedir evoco a célebre frase de Sócrates que é um guia na minha vida sempre "Só sei que nada sei, porque nada sabei".

Até a próxima!

Andrea Doria

Mergulhador John Chatterton, descobridor do mistério do U-Who


Bernie Chowdhury, mergulhador e autor do livro


Ilustração do U-869

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Meu Setup

Caros amigos leitores, hoje resolvi dedicar um post para falar do meu setup. Aos poucos venho adquirindo os equipamentos necessários para diferentes perfis de mergulho.

No Brasil comprar equipamentos ainda é muito caro, pois em geral, a maioria dos produtos importados apresentam melhor qualidade, durabilidade e resistência.

Este post não quer dizer bem ou mal de marcas, mas meu objetivo é relatar todas as minhas aquisições e de como estou me saindo com cada uma delas.

Uma primeira lição para compartilhar é sobre a euforia de utilização dos equipamentos logo quando você os adquire. É natural do ser humano, ao comprar determinado produto não ver a hora de sair usando, muitos já saem da loja abrindo a embalagem com o objeto ou vestindo a roupa não é mesmo. Bem, eu tenho resistido a esta tentação, curiosamente. Se você analisar as minhas compras de diversos itens. No meu caso adquiri-os em dois lotes: a roupa, botas, nadadeiras, carretilha spool, lanterna, luvaz, capuz, máscara, prancheta e caderno para anotações.

Comece a inseri-los aos poucos. Não queira precipitadamente utilizar todos os seus itens, pois há um período de adaptação para o uso de cada peça, bem como, uma série de preocupações em seguir os procedimentos, administrar muitas informações novas, e que no final das contas seu equipamento pode ser um grande vilão ao invés de ser o seu salva-vidas.

Iniciei meu setup pela compra da roupa, uma Scubapro Profile de 0.5 mm (http://www.scubapro.com/en-US/USA/suits.aspx) que custa em torno de R$ 590,00, botas Delta Boots também da Scubapro (http://www.scubapro.com/en-US/USA/suits/boots-gloves/products/delta-boots.aspx) custando em torno de R$ 80,00 e as nadadeiras Scubapro Jet Sport (http://www.scubapro.com/en-US/USA/fins/products/jet-sport-adj.aspx) que custa R$ 300,00 mais ou menos, e seguindo uma recomendação do Cesar Gentille, com quem eu compro  todos os meus equipamentos, adquiri um par de molas para as nadadeiras, pois elas têm maior durabilidade e menor risco de acidentes, deixando guardadas as tiras de borracha já vindas com ela. O custo de cada mola gira em torno de R$ 150,00. A máscara Mares Koona, por R$ 160,00, Snorkel Scubapro R$ 60,00 e Luva para Lanterna da SeaSub Mini Q-40, por volta de R$ 100,00.

Meu segundo lote de aquisições foi composto por: 

Um par de luvas da Hollis, modelo Kevlar Glove 04mm (http://www.hollisgear.com/prodview.asp?id=60), que custa R$ 195,00, Capuz da Scubapro 05mm, por R$ 105,00, Lanterna da Hollis LED Mini3 (http://www.hollisgear.com/prodview.asp?id=133) por R$ 330,00, Bússola Uwatec, R$ 220,00, Carretilha Spool, por R$ 140,00, Caderneta para anotações da Hollis, por R$ 100,00 e Prancheta de PVC, por R$ 90,00.

Bem, em breve escreverei sobre as minhas novas aquisições: Computador e Regulador, pois estou ainda me adaptando a eles.

É isso aí meus amigos, espero que estas dicas te ajudar a adquirir bons equipamentos.

Até a próxima...


Meu Setup completo

Máscara Mares Koona

Prancheta, Luvas Hollis e Bússola Uwatu

Luvas Hollis e Botas Scubapro

Luva para Lanterna SeaSub e Laterna Hollis

Carretilha Spool

Nadadeira Scubapro Jet Sport e Carretilha Spool